Tchopo
Normalmente esta dança serve de
passatempo, para rapazes e raparigas. Pessoas adultas participam nela,
quando esta for incluida na cerimónia de uma comemoração por um familiar
defunto. É uma das poucas danças do povo chope em que participam juntamente
rapazes e raparigas, homens e mulheres. Geralmente esta dança é feita a noite.
Dois ou três jovens, que vivem num determinado lugar, começam a cantar
sozinhos, num tom muito alto e forte, batendo as palmas.
O seu canto serve de chamamento, para outros
jovens participarem também na dança .
Quando se reune um número razoável de
dançarinos, estes formam um circulo. Os rapazes ocupam um semi-circulo e as
raparigas completam a outra metade.
Dois rapazes saem dançando para o centro
seguindo o ritmo dado pela canção. Depois de se terem exibido por algum tempo,
os dois vão para o semi-circulo ocupado pelas raparigas, para “kuningeta”. Este
gesto consiste num rápido e fugaz abraço feito pelo rapaz à rapariga e
vice-versa.
Há sempre liberdade de escolha para a
pessoa que se quer convidar para ir dançar no centro do circulo.
Feito isto, saem as duas meninas
escolhidas através daquele abraço e vão repetir a mesma cena de exibição no
centro do círculo. Depois de terem
dançado, vão tambem fazer a cena de “kuningeta”, no semi-circulo ocupado pelos
rapazes. Assim continua a dança até ao momento em que todas tiverem tido
ocasião de se exibir, no centro do circulo.
Nota-se que um certo número de
participantes, sem amigos ou amigas, ficam muito tempo sem a possibilidade de
dançar no centro do círculo, e o chefe da dança
a intervir, obrigando os dançarinos a seguir uma certa ordem, para que
todos, indistintamente, tenham a possibilidade de se exibir no meio do circulo.
Normalmente basta uma canção para completar a dança de todos os participantes. Todavia,
se o número dos sançarinos for grande, usam-se duas canções, uma por cada
semi-círculo.
Quando há tipos de cantos que exibem dança
simultânea de um rapaz e uma rapariga, os cantores dispoem-se, e com filas paralelas
e os dançarinos exibem-se no meio destas filas. Vão duma extremidade para
outra, voltam para o centro e aquí terminam a sua parte dançante.
Um outro par de rapaz e rapariga retoma “Da Capo” a mesma
cena.
Quando se dança Tchopo para comemoração dos
mortos, os cantos que se usam são geralmente melodias tristes, ou são apenas
narrativas das virtudes dos defuntos, que estão sendo lembrados. Nestes casos,
não falta o uso do apito (Pitula).
Nas cerimónias fúnebres, o ritmo é dado
pelos tambores ou por “Makhobe” (uma espécie de canoa feita de casca duma
planta, que se chama “Ntondo” em chope.
Normalmente este ritmo é grave.
Nas comemoraçãoes pelos mortos a dança de
Tchopo dura toda noite.
Ngalanga
É uma dança que data da época das guerras
constantes que os chopes travaram contra os Ngonis. Esta dança celebrava o
regresso dos guerreiros, após uma batalha, da qual tenham saído vitoriosos. A
medida que etes se aproximavam da aldeia, iam tocanda Mpundo (grande chifre de
impala), para anunciar o seu regresso e a sua vitória.
Tradicionalmente esta dança revelava um
caracter acentuadamente social, constituindo um factor de relevo, para a
manutenção da unidade tribal e para afirmação da lealdade comum dos seus
membros ao respectivo chefe. Com a colonização portuguesa em Moçambique e a
consequente modificação da sociedade, a dança de Ngalanga passou a ter uma
função diferente, continuando porem, a ter um significado de guerra e combate.
Nesta dança só participam homens.
Nesta dança só participam homens.
O compositorde Ngalanga deve ser, simultaneamente,
o músico, tocador de timbila e poeta.
Durante a preparação duma leve composi
deste tipo de dança, observa-se 1 rigoroso tabú acerca do qual, até agora,
ninguém foi capaz de dar uma explicação razoável.
As mulheres não devem saber nada, sobre as
provas do canto e das danças que os homens estão a fazer. Estes, para estarem
mais seguros de não serem ouvidos ou vistos pelas mulheres enquanto estiverem a
ensaiar, levam a timbila e os tambores e vão, de noite, para um lugar isolado,
possivel para o mato, longe da aldeia.
As provas duram muito tempo. As vezes chegam a levar seis meses antes
que a nova composiçaõ de Ngalanga seja apresentada aos Madota (ansiãos) e ao
público da aldeia.
Durante as provas, qualquer homem pode
assistir ou tomar parte no canto ou na dança, se quiser. Nenhuma mulher ou
rapariga se aproxima do lugar dos ensaios, porque todas sabem que isso é
proibido.
Eis como se desenvolvem as provas:
Começa-se...